Honra à Secretária da Divina Misericórdia
outubro 05, 2018
Queremos honrar Santa Faustina Kowalska por seu “sim” na realização do mais sublime desejo inscrito no coração humano: “O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar” [1].
Santa Faustina desejou ardentemente servir a Deus e à sua misericórdia. Desde sua tenra infância foi sensível à voz do Senhor que a seduzia para uma vida íntima e fecunda no seu amor misericordioso. Por volta dos sete anos desejou viver como os contemplativos. Sem os conhecer, encantou-se com os escritos com que teve contato sobre os Eremitas: “Com esta idade, ouvi pela primeira vez a voz de Deus na alma, ou seja, o convite para uma vida mais perfeita” [2].
Enquanto crescia, desejava a busca do amor, e o Amor a seduzia. Mas não foi simples se entregar totalmente Àquele a quem sua alma desejava. Teve que honrar os mandamentos de Deus na radicalidade, dentre eles “honrar pai e mãe”. Não pode seguir as inspirações do coração rapidamente como queria. Teve que trabalhar para ajudar a família, que era humilde e necessitada.
Na prática da obediência, a jovem Helena Kowalska (Santa Faustina) é iluminada pela presença e voz do seu Senhor. Foi sensível a Jesus que a conduzia por um amor intenso nos valores do Reino: amor aos pobres, aos doentes, e profunda intimidade eucarística. Quando, aos nove anos, fez sua primeira comunhão, voltou para casa sozinha. Interrogada pela vizinha: “Porque voltou sozinha da igreja?”, respondeu: “Estou indo com Nosso Senhor” [4].
Foi o amor por Jesus que a fez romper pela primeira vez a obediência ao pai, que não concordava com seu profundo desejo de se consagrar a Deus. Sem deixar de amar sua família e povoado, saiu para servir ao Amor de sua alma. Aos vinte anos, entregou-se para sempre nas mãos de Jesus e experimentou de forma profunda a sua misericórdia.
Muito cedo, estando no convento, viu o seu Senhor que se apresentou como Jesus Misericordioso. Ele se fez intimo ao mostrar seu coração, donde jorrou Sangue e Água, fonte de misericórdia, sob o sinal de dois raios, um vermelho e outro pálido. Jesus a ensinou a implorar a sua misericórdia com a simples oração do Terço da Misericórdia. Deu a ela a maior graça que os cristãos podem receber: a confiança Nele.
Santa Faustina, em sua vida obediente e confiante a Deus, atraiu do coração misericordioso de Jesus muitas graças imploradas. Obedeceu às constituições de sua Congregação, mesmo com grandes sofrimentos e perseguições. Enfrentou a enfermidade com paciência. Por amor a Jesus, humilhou-se e alcançou a graça da humildade. Serviu às suas irmãs como se fossem o próprio Cristo. Em sua mística, comoveu-se com os sofredores a ponto de se fazer presente, mesmo à distância, o que se chama, na mística, “bilocação”.
Ela obedeceu a suas Superioras, ao seu diretor espiritual, Beato Miguel Sopocko. Assumiu em sua vida o caminho da cruz, mortificando-se para viver o amor misericordioso. Assimilou tão profundamente a misericórdia divina que não podia negar os pedidos de Jesus. Fez de tudo para cumprir o que Ele mandara: pintá-lo num quadro, do jeito que Ele se apresentou, para que esta imagem fosse um sinal visível de misericórdia para todos os miseráveis. Insistiu ainda, com todas as forças, para que o terço fosse uma oração de todos os crentes; motivou com sua profunda experiência a humanidade a se aproximar com confiança da misericórdia divina. Acreditou no querer de Jesus, e ofereceu à mãe igreja a festa da Divina Misericórdia, no segundo domingo da Páscoa.
Graças ao nosso saudoso São João Paulo II, a vida e santidade de Santa Faustina, no ano 2000, foi reconhecida e canonizada para o bem dos cristãos e para toda a humanidade. Na ocasião, foi apresentada como “secretária da misericórdia” e nossa intercessora diante de Deus. Através do seu sim obediente e confiante em Jesus misericordioso, deixou para o mundo a Imagem da Divina Misericórdia, precioso tesouro para a igreja. Deixou também nas mãos dos fiéis uma poderosa arma contra do diabo: O Terço da misericórdia, que milhares de irmãos já alcançaram graças e milagres. Com certeza ofereceu para os católicos uma forma nova de devoção à Divina misericórdia.
Queremos honrar e agradecer a Santa Faustina pelo seu Diário Espiritual, que nos motiva à confiança em Jesus Misericordioso, e nos ajuda a aprofundar no maior atributo a Deus, a Sua Misericórdia. Agradecemos por podermos ter em nossas casas a imagem de Jesus Misericordioso, que nos envolve com seu olhar e seus raios misericordiosos: “Foi à luz dos Vossos raios da Misericórdia que compreendi quanto me amais.” [4]
Todos os anos, no dia 05 de outubro, ao celebrar a memória litúrgica de Santa Faustina, nossa comunidade religiosa dos Irmãos de Jesus Misericordioso - Contemplativos, tem a tradição de oferecer rosas brancas a Santa Faustina em sinal de gratidão pelas graças recebidas. Muitos fiéis vêm ao Mosteiro com o mesmo sentimento; muitos outros vêm pedindo sua intercessão. Queridos leitores, Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia e devotos, juntos, acreditemos no que disse Jesus a Santa Faustina: “Faze o que te aprouver, distribui graças como quiseres, a quem quiseres e quando quiseres.”[5]
Santa Faustina Kowalska, rogai por nós!
Pe. Estêvão Maria Divina Misericórdia, FGMC. (Mosteiro da Divina Misericórdia - Lucélia/SP)
[1]
Catecismo Da Igreja Católica § 27
[2]
Diário de Santa Faustina §7
[3]
Biografia de uma Santa Faustina Kowalska p.34
[4]
Diário de Santa Faustina § 1487
[5]
Ibidem §31
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