Nas pegadas dos Mestres

agosto 18, 2017


Em primeiro lugar, gostaria de afirmar que somente sou o que sou graças ao amor e à Misericórdia dessas duas pessoas, por mim chamadas de “Mestres”, e que, desde minha tenra idade, estão ao meu lado trilhando este caminho: Nosso Senhor Jesus Cristo e a Santíssima Virgem Maria. 

Meu nome é Ir. Victor de Souza Pacheco, MIC.  Tenho 21 anos. Sou irmão professo da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Estou no terceiro ano do curso de Filosofia, me preparando, com a graça de Deus, para o sacerdócio dentro da vida religiosa.

Minha história de descoberta vocacional começou a partir dos primeiros anos de idade – mais ou menos aos sete anos – quando descobri a beleza da Igreja Católica. A paixão começou a partir do momento em que entrei no belíssimo templo dedicado à Sagrada Família de Nazaré, em minha cidade natal, Lucélia, no interior do estado de São Paulo. Nesse primeiro contato, não sabia ao certo o que de fato estava sentindo; era uma pluralidade de sentimentos, dentre eles a alegria, a felicidade e o amor. A partir daquele instante, Jesus e Maria roubaram meu coração, tocando-me profundamente.

Poucos anos depois do “primeiro encontro”, comecei a catequese da Primeira Eucaristia, e, logo após, comecei também a participar do Grupo de Coroinhas, pois achava incrível aquele homem que se colocava atrás do altar e conduzia o povo de Deus por meio da Palavra e do Pão Vivo que trazia em suas mãos; eu dizia: “Um dia vou ser igual a ele”.

É relevante considerar que provenho de uma família praticamente não católica. Minha mãe foi evangélica por certo tempo (mas hoje convertida ao Catolicismo, e com a graça de Deus muito fervorosa em suas orações e na vivência de Igreja) e meu pai segue uma filosofia de vida oriental. Lembro-me que somente minha bisavó era bastante piedosa, e participava ativamente de movimentos e pastorais. Recebi meu batismo com 11 anos de idade.

Os anos se passaram e veio a época da adolescência, na qual apareciam os questionamentos acerca do meu trilhar. Encontrava-me muito confuso na questão “o que fazer agora?”. Tinha dentro do meu coração a chama acesa daquele primeiro amor de minha infância. Optei pelo processo de discernimento vocacional, em que recebi grande ajuda dos párocos de minha pequenina cidade, que me levaram a entender o que Deus queria de mim. Essa foi sempre a incógnita que habitava dentro da minha alma, de qual seria a Vontade de Deus no trilhar da minha história aqui nesta terra.

A partir daí, o emaranhado de questionamentos começou a se desenrolar. Fiz retiros na Diocese de Marília, SP, e no Mosteiro da Divina Misericórdia, (situado também em Lucélia), onde tive a experiência de reencontrar profundamente Aqueles Mestres que há tanto tempo estavam do meu lado: Jesus Misericordioso e Maria Imaculada. Dentro desse encontro, tive a certeza de que o meu caminho estaria interligado eternamente com seus ensinamentos e com o profundo Amor Incompreensível de ambos. Meu coração foi tomado de uma alegria tão intensa e de algo tão vibrante que não consigo explicar, nem com os mais belos textos já escritos e declamados, quão precioso foi aquele momento para mim. Comecei, então, a contemplar a Vontade Deus se realizando em minha história. E foi também nesse encontro, por meio das palavras do prior do Mosteiro, Pe. Estêvão da Divina Misericórdia, que eu conheci minha família religiosa: os Marianos da Imaculada Conceição.

Caminhei, dando os primeiros passos no trilhar religioso no dia 28 de fevereiro de 2013, quando ingressei no Postulado (primeira etapa de formação), e depois me tornei noviço (segunda etapa de formação) em 07 de dezembro de 2013. Nesse ano tive um encontro muito especial com meus Ilustres Educadores. Esse tempo foi muito precioso para mim, visto que alicerçou todos os meus laços afetivos-espirituais com o Transcendente. Ali comecei a edificar o meu “Castelo Interior”, para recepcionar, com grande benevolência, em meu pobre coração, a Virgem Rainha e o Rei dos Reis.

Maria, especialmente nesse tempo, ensinou-me com seu exemplo de entrega, assim como diz São Lucas no primeiro capítulo do Evangelho por ele escrito: “Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc 1,38). Posso dizer que nestas palavras encontrei o verdadeiro sentido em todo o tempo de discernimento e preparação para assumir o trilhar de religioso consagrado. Minha vida deveria ser um contínuo despojar-se e entregar-se a Deus, independentemente daquilo que viesse a ocorrer, pois o próprio Deus cuidaria de tudo. Bastaria somente dar o primeiro passo e Ele faria o resto. 

Tenho a plena certeza que o Altíssimo, todos os dias, sempre e continuamente faz tudo por mim, aliás, por todos nós. Agora, também eu, todos os dias, dou passos para me achegar cada vez mais perto Dele, para que assim a Graça e a Vontade do Meu Senhor se realizem em mim. E foi por isso que, no dia 08 de dezembro de 2014, com dois coirmãos, diante do reverendíssimo Superior Provincial, professei, pela primeira vez, os três conselhos evangélicos: castidade, pobreza e obediência. 

Com o coração repleto de Deus e sob o amor de Maria, concluo dizendo que o Senhor me chamou, e eu respondi SIM. Na vida, há muitas dificuldades e caminhos tortuosos, mas, mesmo assim, sei que trilhando pelas pegadas dos meus Santos Mestres, Jesus e Maria, eu seguirei eternamente feliz e realizado, pois com eles não me perderei nem serei decepcionado! Amém. A Imaculada Conceição da Virgem Maria seja nossa salvação e a nossa proteção!

Ir. Victor de Souza Pacheco, MIC
Irmão religioso da Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição.

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