Apresentar o Cristo Vivo

agosto 25, 2017

A vocação do catequista é um chamado que, dentro da vocação laical, carrega uma responsabilidade que já é conferida a todo batizado, isto é, a de viver como um "outro Cristo". Contudo, por consistir em transmitir a fé, e auxiliar o catequizando a vivê-la, a missão de catequizar torna essa responsabilidade e este convite ainda mais urgentes. O catequista se torna, sem dúvida, uma referência para seus catequizandos. A seguir, o testemunho de Bruno Santos.


Natural de Lucélia, criado em uma família católica e conservadora, tive em minha infância e adolescência a vivência de quatro importantíssimos sacramentos: o batismo, a confissão, a eucaristia e o crisma. Não posso negar que, muito confuso, e até mesmo com medo, vivi alguns desses sacramentos por osmose.

Logo no início da minha adolescência iniciei um namoro, que perdurou por 14 anos; um namoro que gerou maravilhosos frutos e, a partir dessa relação, vivemos a experiência de participar do “Enchei-vos”, de retiros, além de algumas renúncias.    
No início da minha vida adulta, ou seja, com 18 anos, sai da proximidade física de meus pais, irmã, namorada e familiares, pois fui servir ao Exército Brasileiro, ao qual permaneci incorporado por 8 anos.     

Quanto às Unidades do Exército pelas quais passei, depois de muito tempo descobri algo em comum: todas sequestraram minha subjetividade, fazendo com que me amoldasse a um sistema truculento, inflexível, perfeccionista e autoritário, do qual eu não soube fazer a transição quando me desincorporei.      

Tive, por um grande período, um pé firmemente ligado ao ateísmo, à negação e ao questionamento do catecismo da Igreja Católica. Hoje, fielmente crente da ressureição de Cristo e de sua misericórdia, vejo que eu simplesmente era imaturo e medroso; isso porque eu acreditava em Deus, sentia esta presença divina em muitas pessoas que me rodeavam, mas eu não tinha coragem de caminhar como seu Filho Jesus caminhou. 

Descobri que o grande segredo para iniciar mudanças e combater o pecado é reconhecer onde e porquê estamos pecando e, a partir disso, revestidos da armadura de Deus, combater um bom combate.

As circunstâncias da vida e nossas escolhas tem uma grande peculiaridade: elas aproximam ou afastam - pessoas, sonhos, planos e, principalmente, a salvação. Encontrei na misericórdia de Jesus a vocação leiga (e a vocação do catequista), experiência que me proporciona sentir e exteriorizar o Cristo Vivo que vive em mim, e auxiliar a crescer, no desenvolvimento do catequisando, esse sentimento vivo.

Quanto à disponibilidade do tempo, não tenho dúvidas que isso engrandece ao Senhor, pois o catequista dispõe de um tempo que jamais voltará a existir. E como é bom ter convivência com crianças: seres curiosos, inocentes, conversadores e, sem dúvidas, grandes professores.  
Catequizar não está relacionado simplesmente a apresentar Jesus na forma teórica e teológica, mas sim em apresentar o Jesus Vivo, que vive em cada um de nós.

Existe uma frase que São Francisco de Assis dizia aos seus confrades, e que resume bem como deve ser a participação dos catequistas na evangelização cristã:

“Pregai sempre o Evangelho, e se for necessário, use palavras.”

São Francisco sempre enalteceu a importância do exemplo, a importância de viver o Evangelho que anunciamos, até porque, tudo o que sai da minha boca, os primeiros ouvidos a ouvirem são os meus; tudo o que faço, os meus olhos são os primeiros a verem.O catequista tem que ter espiritualidade, viver os sacramentos, pois ele não é um professor, e sim um exemplo vivo de cristão.

Minha busca como catequista está em mostrar o Cristo Vivo que vive em todos nós, e ajudar os catequizandos a entender a importância dos sacramentos, em especial o da eucaristia, fazê-los sentir não apenas a materialidade da eucaristia mais também sua espiritualidade.

Sempre tive uma grande preocupação em contribuir para a formação de bons cidadãos, auxiliando a se tornarem responsáveis, honestos, íntegros e solidários. Descobri que, com a graça de Deus, todos esses adjetivos, dentre inúmeros outros, são pilares de um verdadeiro cristão.

Eu vejo que hoje a evangelização, a formação cristã, não é possível sem que haja um trabalho anterior, um trabalho base, ligado sim à vida religiosa, mas também à vida social.

Graças a Deus é uma minoria, mas existem famílias muito desestruturadas, famílias que invertem os verdadeiros valores cristãos e de convivência social, e quem mais sofre com isso são nossas crianças, pois estão em processo de formação. Não podemos esquecer que é no seio da família que se inicia a catequese.
      
O grande segredo e o grande desafio de catequizar é ser o exemplo vivo do evangelho, é se dispor ao próximo e ser um bom semeador que incansavelmente lança sementes ao solo.
Assim, o que começa como experiência de catequizar, rapidamente passa de experiência para vivência.

“Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu quem escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça.” 
(João 15, 16) 

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