Agosto: o mês das vocações
agosto 01, 2017
Em agosto a Igreja celebra as vocações: sacerdotal, diaconal, familiar, religiosa, leiga e catequista. É um mês voltado para a reflexão e a oração pelas vocações e os ministérios, de forma a pedir a Deus para que todos os batizados “sejam fiéis como apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade” (João Paulo II).
Vocação é um termo derivado do verbo vocare, que em latim significa chamar. Por isso tamanha importância dada ao tema. Porque vocação é o início de tudo. Em um sentido mais preciso, é um chamado a partir da pessoa de Jesus, que nos convida a segui-Lo. Vocação, portanto, quer dizer que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de Deus, a quem seguimos com total empenho, como afirma São Paulo na Carta aos Romanos: "Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para o Evangelho de Deus." (Rom 1, 1)
O mês vocacional nos provoca a refletir a importância da vocação, nos levando a descobrir nosso papel e nosso compromisso com a Igreja e a sociedade. A partir do momento em que tomamos consciência, ela precisa nos levar à ação, vivenciando no dia-a-dia o chamado que o Pai nos faz.
Instituído na 19ª Assembleia Geral da CNBB, em 1981, o Mês Vocacional tem como objetivo conscientizar as comunidades da responsabilidade que elas compartilham no processo vocacional. Por isso, a cada domingo de agosto celebramos, respectivamente, os dias do padre, da família, dos religiosos, dos leigos e dos catequistas.
Que a celebração do mês vocacional nos traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação, na certeza de que todas são importantes e indispensáveis. Cada uma, na sua especificidade, nos leva à perfeição da caridade, que é a essência da vocação universal à santidade.
Primeiro Domingo: Vocações Sacerdotais
“Não fostes vós que me escolhestes, pelo contrário, fui eu que vos escolhi e vos designeis para ir e produzir muitos frutos” (Jo 15,16). É Jesus quem escolhe o padre e o envia em missão. Em Seu nome o sacerdote se coloca a serviço da comunidade cristã, na missão de acolher, perdoar, unir, e motivar a vivência da fé.
Dom Urbano Allgayer, bispo emérito de Passo Fundo, explica que “a vocação sacerdotal é vivida por diáconos, presbíteros e bispos, membros do clero da Igreja.”. Segundo ele, é importante rezar e trabalhar pelas vocações sacerdotais. Por que “sem o clero a Igreja não funcionaria. A Igreja necessita de boas e numerosas vocações sacerdotais, que têm sua origem em Deus”.
É difícil ser padre hoje, diante de uma sociedade materialista na qual o dinheiro, o poder, a fama e o prestígio são elementos que têm muita força de sedução, mas que se contrapõem aos valores cristãos. O convite de Jesus é este: “Quem quiser me seguir renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”.
Segundo Domingo: Vocação Familiar
No mês vocacional, a Igreja também propõe a reflexão acerca da importância da família no cotidiano das pessoas.
A família é o lugar do início da vida física, mas, igualmente, onde deve brotar a vida espiritual, o conceito de liberdade, de responsabilidade, de respeito, de educação e, sobretudo, o lugar para experienciar o amor familiar e o amor a Deus e de Deus.
Na sociedade atual, marcada pelas mudanças de época e pela constante sobreposição de valores, pensar na família tem grande importância. O tempo que se dedica aos filhos depois do trabalho, as conversas em irmãos aos finais de semana e a reza do terço em família, são algumas das reflexões propostas pela Semana Nacional da Família.
Uma das possíveis respostas às reflexões propostas está no exemplo da Sagrada Família. Contemplando-a, percebemos como Jesus foi gerado, cuidado, orientado e amado por seus pais. Jesus de Nazaré experimentou esse amor e, por isso, não reteve para si este dom: viveu-o.
Padre Zezinho, sabiamente relembra a importância da família quando diz: “são seis pessoas naquele sofá, amando junto e brincando em família, passando a limpo as tarefas da vida, família lá em casa tem vez”. Se o verbo amar, for destacado em cada família, assim como é destacado na música do padre Zezinho, pequenas Igrejas serão construídas.
Terceiro Domingo: Vocações Religiosas
“Os consagrados são homens e mulheres que podem acordar o mundo. A vida consagrada é uma profecia. Profecia no sentido de transformar todas as realidades estéreis e áridas sob o olhar fecundo e terno de Deus”. A frase dita pelo Papa Francisco na promulgação do Ano da Vida Consagrada expressa, de forma clara, a missão dos religiosos e religiosas na Igreja.
No terceiro domingo do mês vocacional, a Igreja lembra da vida religiosa. Desta vocação brotam carismas e atuações que enriquecem nossas comunidades com pessoas que buscam viver verdadeiramente seus votos de castidade, obediência e pobreza. São testemunhos vivos do Evangelho.
Perseverantes, os religiosos estão a serviço do Povo de Deus por meio da oração, das missões, da educação e de tantas outras obras de caridade. Com sua vocação, eles demonstram que o Evangelho é plenamente possível de ser vivido, mesmo em mundo excessivamente material e consumista. São sinais do amor de Deus e da entrega que o homem é capaz de fazer ao Senhor.
Quarto Domingo: Vocações Leigas
Nos anos em que o mês de agosto possui cinco domingos, a Igreja celebra neste dia o ministério do catequista. Os catequistas são, por vocação e missão, os grandes promovedores da fé na comunidade cristã, preparando crianças, jovens e adultos não só para os sacramentos, mas também para darem testemunho de Cristo e do Evangelho no mundo.
É importante que, diante da grande responsabilidade de vida na fé exercida pelo catequista, seja favorecida a constante formação humana e cristã, que propicie coerência entre anúncio e vivência da Palavra de Deus. No dia do catequista, a comunidade é convidada a renovar seu compromisso missionário diante da Igreja e de todo o povo.
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