Encerramento do Ano Santo da Misericórdia
novembro 18, 2016
Estamos às vésperas do
encerramento do Ano Santo da Misericórdia, Ano Jubilar Extraordinário. Podemos
dizer: Deus é Misericordioso. O Ano Santo nos ofereceu tantas riquezas, nos deu
oportunidades de nos aprofundar no maior atributo que podemos dar a Deus – Ele
é misericórdia – como já nos disseram Santa Faustina, São João Paulo II, tantos
outros santos e teólogos.
O Papa Francisco nos
convocou a sermos “misericordiosos como o Pai”. Ele não inventou um estilo novo
de sermos cristãos, não! Ele como Pastor fez ecoar a voz do Filho de Deus, o
Verbo encarnado, que é para nós crentes a Voz da Misericórdia. Foi Jesus quem
nos pediu para sermos “misericordiosos como o Pai”. E é muito o que a Igreja
neste ano está nos pedindo? É muito o
que Jesus nos pediu? Sermos “misericordiosos como o Pai”. Não! E como sermos
misericordiosos como o Pai. Na maioria das vezes não é fácil sermos
misericordiosos. E Deus sabe disso!
A bula Misericordiae
Vultus do Papa Francisco e tantos outros escritos deste ano jubilar nos
ajudaram a tomarmos consciência da nossa miséria, de nos percebermos frágeis. Ajudaram-nos
a sentirmos que Deus nos oferece a sua misericórdia justamente porque somos
miseráveis e frágeis. Os anjos, por sua vez, não necessitam da misericórdia
Divina, nós sim precisamos da misericórdia de Deus pois somos pecadores. Diante
desta realidade que toca a nossa natureza marcada pelo pecado original, decaídos
da natureza santa a qual fomos criados, só existe uma maneira de sermos
“misericordiosos como o Pai”. Qual é esta maneira? Entrarmos pela “Porta Santa”.
O Papa Francisco ao
decretar o Ano Santo da Misericórdia foi sensível à misericórdia que se derrama
continuamente do Coração de Jesus. Motivou que todos os bispos abrissem
em suas dioceses, nas Catedrais e Igrejas significativas, as Portas Santas, para
oferecer oportunidade para todos os católicos praticantes e não praticantes, como
peregrinos a fazerem a experiência do perdão e de sentirem-se abraçados por
Deus. A Porta Santa de cada Catedral e Igrejas abençoadas solenemente, se
tornaram símbolos da verdadeira Porta Santa, que é o Coração de Jesus
misericordioso. As inúmeras Portas Santas espalhadas pela Igreja universal teve
e está tendo um único objetivo: que entremos na “Porta do Coração de Jesus”, que
se deixou abrir pela lança do soldado naquela hora suprema, na sexta-feira
Santa – Hora da misericórdia. E ao abrir, jorrou Sangue e Água, Fonte de
misericórdia para todo pecador. A porta do coração de Jesus misericordioso
permite a cada um de nós voltarmos para a intimidade com o Pai. Intimidade que
havíamos perdido quando pela queda de Adão e Eva deixamos de olhar para Deus,
nos tornamos orgulhosos e deixamos de contemplar o Criador e suas obras.
Voltamos o olhar para nós. Com isso nos tornamos miseráveis e vazios do Amor
Divino. Entrando pela Porta do coração de Jesus somos recriados no seu amor. É
Jesus que nos retorna ao Pai, nos ensina os valores do Reino. É Ele que nos
purifica de nossas más inclinações, que nos liberta de nossos vícios e nos
livra da morte. Ao entrarmos pela Porta do Coração de Jesus somos justificados
e lavados pelo seu Sangue e Água.
Este ato misericordioso
de Jesus, abriu para toda a humanidade a Porta do seu Sagrado Coração. Jesus ofereceu
para nós, através da mãe Igreja o Santo batismo, o qual nos tornou Filhos adotivos
de Deus. Por ele nos tornamos Discípulos do amor misericordioso. Entramos como
peregrinos num caminho seguro, caminho que nos torna sensíveis ao amor a Deus e
aos irmãos. Se a experiência do Ano Santo foi verdadeira em nossa vida, não tem
como não nos tornarmos Discípulos misericordiosos. É incompreensível
experimentarmos a misericórdia do Pai e não sermos transformados em filhos
misericordiosos.
Penso e creio que o Ano
Santo da Misericórdia foi um presente de Deus para mim. E que bom se cada
cristão desde o Papa, os bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas até os
neo-batizados entendessem e sentissem que Deus olhou profundamente com
misericórdia para nossas misérias, nos preenchendo com o seu amor.
Irmãos e irmãs, sintamos
que não somos um vaso vazio que serve somente de enfeite, mas somos vasos cheios
da misericórdia de Deus, que podemos oferecer as mais belas flores para este
mundo que tanto necessita e tem sede do verdadeiro amor.
O ano jubilar está se
encerrando, mas não deixemos de crer e implorar a misericórdia de Deus por nós
e por toda a humanidade. De forma simples, imploremos com a reza diária do
Terço da divina misericórdia, ensinado por Jesus a Santa Faustina.
Roguemos à Virgem
Maria, Mãe da Misericórdia que nos ajude a permanecer no Coração do seu Filho.
Roguemos à Santa
Faustina que interceda por nós pecadores para que nos tornemos verdadeiros
apóstolos da Divina misericórdia.
Roguemos a São João
Paulo II que interceda por todos nos cristãos para que nos tornemos sinais da misericórdia
de Deus.
Que assim seja. Amém!
Pe. Estêvão Maria da Divina Misericórdia, FGMC
Superior do Mosteiro da Divina Misericórdia
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