Amor misericordioso e as vocações
agosto 12, 2016
Palavra do Prior – Mês de Agosto de 2016 – ANO SANTO DA MISERICÓRDIA
Amor
misericordioso e as vocações
O
amor misericordioso sai das entranhas de Deus e se dá ao homem miserável. As
vocações são dádivas de Deus dadas aos homens para se realizarem, passando por
este mundo sendo expressão de seu Amor.
Deus
amando de forma misericordiosa fez surgir do nada tudo o que existe. No
primeiro capítulo da Bíblia, no livro do Gênesis, lemos que Deus criou o mundo
com todos os seres e viu que tudo era bom, criou o homem à sua imagem e
semelhança. Pela fé compreendemos que a
existência do homem é uma manifestação do amor misericordioso de Deus, pois não
fizemos nada para existirmos. Pelo poder criador de Deus viemos para este mundo visível através de
nossos pais, fomos fecundados biologicamente e tomamos forma humana.
Naturalmente nos desenvolvemos e necessitamos de alimentos materiais para
crescermos em estatura. Se analisarmos de maneira profunda o acontecimento da
formação de uma criança no ventre de sua mãe, compreenderemos que por traz
deste acontecimento está o amor misericordioso de Deus. Iluminados pela fé
podemos entender que o ser humano não é somente matéria, é também espírito. Com
essa compreensão percebemos que assim como o corpo precisa de alimento material para sobreviver o espírito por sua vez
necessita de alimento espiritual, este que dá força para uma vida entusiasmada.
A Bíblia nos ensina que Deus ao criar o homem
soprou sobre ele o espirito que dá vida. Jesus ao Ressuscitar soprou
sobre os Apóstolos o Espirito Santo. “Recebei o Espírito Santo.” (Cf. Jo 20,22)
O
Amor misericordioso ao nos chamar a este mundo infundiu em nós uma vocação
específica para nos realizar no seu Amor. Quando falamos de vocação específica,
podemos pensar na resposta que podemos dar ao amor de Deus por nós.
A Mãe Igreja Católica apresenta quatro
vertentes de vocações que expressam o Corpo de Cristo em missão contínua.
Vocação sacerdotal – uma consagração
para servir a Igreja, orientar e alimentar e perdoar os fiéis em nome de
Jesus. Familiar – homem e mulher que se
consagram no matrimônio para cooperarem com o Criador no crescimento e
continuidade da ser humano. Religiosa –
homens e mulheres que assumem os conselhos Evangélicos na vida consagrada para
o anúncio do Reino e serviço aos irmãos.
E a vocação laical que é a mais comum – consagrados pelo batismo todos
os cristãos leigos em suas profissões são chamados a darem testemunho dos
valores Evangélicos e serem sinais do Reino através da pratica cristã.
Cada
vocação tem sua beleza e sacrifício. Beleza por ser a expressão da nossa
resposta a Deus e serviço aos irmãos. Sacrifício porque exige de nós renúncia.
Podemos ainda dizer que cada vocação apresentada pela Mãe Igreja exige uma cruz
a ser carregada, pois o próprio Jesus disse.
“Se alguém quiser vir após mim,
negue se a si mesmo, tome a sua cruz e
siga-me” (Mt. 16, 24). O convite de Jesus não nos deve assustar, mas dar
esperança, pois a cruz na ótica da fé é o instrumento que nos leva à Salvação,
pela cruz Jesus venceu a morte. Diante da sede de amor que existe em nossos
corações, diante do desejo de nos realizarmos enquanto pessoa, não vale a pena
nos questionar para que existo? Será que minha vida é só matéria? Se fui criado
pelo amor misericordioso de Deus, como posso corresponder? Sempre é tempo de
nos perguntar qual é a minha vocação?
Pe. Estêvão Maria da Divina Misericórdia, FGMC
Superior do Mosteiro da Divina
Misericórdia
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