Felicidade. Como adquiri-la?
agosto 13, 2015
Dias desses assisti novamente um
vídeo que a tempos já o assistira, mais
desta vez me fez refletir sobre o que dissera e me levou a uma maior reflexão.
O vídeo se trata de um jovem chamado
Emilio Cervelló, bailarino contemporâneo,
que dias antes de ingressar para a Ordem Cartuxa de Santa Maria Porta Coeli, em
Valência (Espanha), foi entrevistado por João Delicado sj, em Lisboa no
dia oito de abril de 2009. Não sei se o jovem perseverou na vida religiosa.
Espero que sim. Utilizarei de algumas de suas falas para levá-lo a refletir comigo.
Disse o jovem: “Ninguém sabe de certo o que é
que está à nossa espera, um segundo após. O segredo esteja eu viver um dia de
cada vez, a perspectiva é a felicidade interior.” E como encontrar a felicidade
interior, sem que nossas expectativas e esperanças sejam frustradas? Podemos
nos questionar: o que tenho buscado; o que tenho esperado; o que quero
encontrar; o que de fato me espera e qual a minha certeza? Tenho esperança?
Talvez poderia lhe dar uma luz, lhe
relembrando que a fé é o fundamento da
esperança, ou seja, esperança da felicidade interior que todo homem busca, fé é
uma certeza a respeito daquilo que não se vê. (Cf. Hb 11,1). Será a fé
então o grande motor da felicidade interior? Pense nisso!
O homem tem necessidade de transcendência e é
nessa busca de transcendência que ele começa a buscar. Na busca muitos
encontram coisas, pessoas que os preenchem momentaneamente, outras na mesma
busca por terem uma sensibilidade maior ou uma vocação de busca radical do transcendente
não param na temporariedade. Não se preenchendo com as pessoas e as coisas temporais,
que são boas por sinal, continuam buscando, e assim novamente me utilizo da
fala do jovem: “O homem tem necessidade de transcender a sua existência.”
Novamente principio a refletir. O que tem me preenchido e o que não tem me
preenchido? O que devo perpetrare (fazer)
para transcender?
Nossa “perspectiva é a felicidade interior” e
o que é felicidade senão liberdade? São Paulo nos diz: "O Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, ali está
a liberdade. E todos nós que, com o rosto descoberto, refletimos como espelhos
a glória do Senhor, nós nos transformamos nesta mesma imagem, cada vez mais
resplandecente, conforme a ação do Senhor, que é espírito" (Cf. 2 Cor 3,17 - 18). São Paulo fala da
felicidade interior que todo cristão adquire
ao configurar- se ao Cristo em uma busca incessante de liberdade e
perfeição, no Espírito do Senhor e assim é impossível um cristão, um religioso
não ser feliz. Se não o for, tem alguma coisa precisando de ajuste.
O jovem fora entrevistado
dias antes de ingressar em uma austera ordem religiosa e percebe-se em suas colocações que tem um
grande desejo de liberdade, algo que quem desconhece a espiritualidade
monástica assusta ao se referir em liberdade alguém que quer viver “preso” no claustro de um mosteiro. E na
verdade quem está preso são muitos que vivem fora dos claustros em suas buscas
e paixões no século. Não que o monge também não esteja sujeito, mais sua vida
restringe-se na purificação interior e na busca do transcendente, ofertando sua
vida como oblação por tantos que necessitam encontrar-se consigo mesmo e assim
com Deus.
Aquele que encontra-se consigo mesmo encontra um grande sentido, e
começa então uma nova caminhada, ainda terrestre e temporal mais buscando algo
sobrenatural que somente encontrará definitivamente quando fizer sua Pascoa na Eterna
Glória.
Por isso tudo, somos chamados a acreditar que ninguém pode aumentar ou
diminuir o tempo de sua vida, porque tudo é permitido ou preparado. Viva um
minuto de cada vez e seja agradecido pelas maravilhas que Deus tem realizado em
sua vida. Espero ter lhe provocado a refletir e renovar seus propósitos.
Ir. Gabriel, FGMC
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