Meu Senhor e meu DEUS!

julho 08, 2015

Palavra do Superior – Mês de julho de 2015 – ANO DA VIDA CONSAGRADA

Esta bela exclamação que ouvimos do Apóstolo Tomé, “meu Senhor e Meu Deus!”, é uma afirmação que nos ajuda a proclamar com nossa fé cristã que Jesus é Deus. Tomé fez uma profunda experiência de caminhar com Jesus de Nazaré, acreditou que aquele homem era um Profeta e que tinha algo a oferecer ao povo de Israel. Os três anos de discipulado ofereceu-lhe uma segurança plena de que estariam amparados por um projeto novo, mostrado por um homem diferente de todos os que conheceram. Sem dúvida, o convívio diante do anúncio da boa nova, dos sinais realizados por Jesus não garantiu um pleno conhecimento do Homem-Deus que caminhava entre eles. Não era claro para Tomé e os discípulos que o Nazareno era o Messias prometido ao povo de Israel. Mesmo tendo visto Jesus curar enfermos, libertar endemoniados e perdoar pecados, não tinham certeza que estavam ao lado do Senhor da vida, o Prometido.
Podemos imaginar que o tempo de caminhada com Jesus gerou neste homem sentimentos de esperança, de vida nova e de uma alegria que sem perceber o contagiava. No meio de todo esse entusiasmo Tomé é surpreendido pela “Paixão de Cristo” que não a entendeu, se decepcionou e se frustrou em seu “acreditar”. Tomé se afastou do grupo dos seguidores de Jesus, tentando entender o que aconteceu, perdeu a esperança. Certamente deve ter pensado: “pra onde irei? O que faço eu agora?”.  Diante do medo, do desanimo e da insegurança é novamente provocado pelos irmãos para voltar a crer Naquele que havia confiado. No primeiro momento resiste, dizendo Se eu não colocar a minha mão na ferida d'Ele, eu não acreditarei!” Provocou no Ressuscitado uma prova da Verdade, tirando dos lábios de Jesus, “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”. Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”.
Mesmo sendo reprendido por Jesus de não ter fé madura diante de tudo que já havia experimentado, não foi condenado mais sim acolhido com grande paciência e misericórdia. Tomé tocou então com os dedos as chagas de Jesus que o fez exclamar com profunda devoção, não meramente com os lábios, mas com o coração: “Meu Senhor e meu Deus.” Tomé teve que ver para crer, mas Jesus disse “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”.  
Podemos compreender que a frustração de Tomé muitas vezes também pode ser a nossa, o afastamento de Tomé também pode ser o nosso distanciamento dos convívios, sejam eles: familiar, social ou até mesmo das comunidades que participamos. Muitas vezes acreditamos, não vemos os resultados que esperávamos, queremos então que Deus nos mostre sinais.  O Evangelho nos diz que o grande sinal de Deus já nos foi dado, é a sua Paixão, Paixão que o levou a morrer numa cruz e ferido com os cravos que causaram suas chagas, chagas que Tomé tocou, chagas essas que o Papa Francisco nos disse que serviram de testemunhas para que Jesus ao se apresentar diante do Pai dissesse: Olha Pai, essas chagas foram o preço do meu amor pela humanidade – cada homem e mulher que o Senhor meu deu!
Assim irmãos, não percam a esperança diante dos desânimos que podem vos abater. O Homem- Deus que caminhou com os Apóstolos permanece no meio de nós através de sua Palavra e de forma real na Eucaristia. Não percam a fé diante das decepções que podem vos afetar, sejam audaciosos e supliquem a Jesus para que vos ajudem naquilo que não compreendem, para que Ele vos ilumine em vossas cegueiras e que Ele vos envolva em sua Misericórdia. Amém!

Pe. Estêvão Maria da Divina Misericórdia, FGMC

Superior do Mosteiro da Divina Misericórdia

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