Palavras do Prior - mês Vocacional - Agosto 2014
agosto 01, 2014Vocação Monástica Cristã
Toda vocação
monástica cristã está enraizada no Batismo. A partir do Batismo homens e
mulheres estão marcados pelo sinal da Cruz que os levam a assumir a vida de
Jesus Cristo, ou seja, tornar se outro Cristo para o mundo. Dentre uma
variedade de vocações que surgiram com a experiência do Cristianismo milhares
de batizados desde os primeiros séculos assumiram tanto no Oriente como no Ocidente
uma vida radical no seguimento de Jesus, deixando o mundo secular para viver no
recolhimento em vida de oração, que chamamos de vida contemplativa monástica.
Como podemos entender nos dias de hoje a vida dos monges e monjas na expressão
cristã? É o mesmo chamado que sentiram os primeiros monges de nossa Igreja que
a partir de uma compreensão plena do batismo sentiram-se seduzidos para uma
vida totalmente abandonada em Deus.
O dinamismo do
mundo aos poucos vai deixando de ser o ideal dos vocacionados e quando menos
esperam o próprio Senhor os conduzem para uma busca de recolhimento íntimo
compreendendo que Deus é o único bem que vale a pena ser buscado.
Assim como no
passado e em nosso tempo a vida monástica, continua atraindo vocações para uma
chamada “Escola de Deus”, e nesta escola de vida cristã são moldados pela palavra
de Deus, assumindo os conselhos evangélicos como meta de vivência. No abandono
do “mundo” buscam no deserto interior o Deus que se deixa encontrar. Os monges
e monjas no dia-a-dia falam com Deus e ouvem a Deus, fala de si e da humanidade,
como disse o nosso Papa emérito Bento XVI “os mosteiros são pequenos Oásis no
mundo”.
Os monges e
monjas são sinais de uma vida intima com Deus e indicam à humanidade o que
todos seremos na Eternidade, antecipando a realidade futura daqueles que
acreditam na Palavra de Jesus: “Na ressurreição viverão como anjos”, onde não
seremos dependentes dos sentimentos das
paixões que existem em nossa humanidade.
A minoria dos
cristãos é atraída pela vida monástica, mas tão úteis como todas as vocações da
Mãe Igreja. Cada monge e monja são chamados para sustentar em oração os
cristãos em missão, fazendo de sua vida uma oblação. No recolhimento vivem
escondidos entre a cela e o claustro, dirigindo-se em comunidade sete vezes ao
dia para o lugar mais nobre do mosteiro, o Coro da Igreja. Ali emprestam suas
vozes para o próprio Senhor que através de hinos e salmos louva e suplica ao
Pai por todos os filhos. No silêncio compreendem que são frágeis e necessitam
do alimento Sagrado. Diante do Tabernáculo adoram e imploram misericórdia ao
Deus da vida, que se esconde num pedaço de Pão.
Por várias vezes
no dia invocam para si e pelos irmãos a proteção divina ao suplicarem: “Vinde, ó
Deus, em meu auxilio”. No ritmo monástico o badalar dos sinos para os monges e
monjas é a voz de Deus que os chamam para consumirem suas
vidas no "Ora et labora". Neste
continuo modelam suas almas ao Divino a ponto de muitos serem comparados a
anjos por revelarem semblantes de plena Paz. Com suas vidas consagradas são
chamados a ser um com o Sagrado.
Portanto, desde o primórdio da vida monástica
até nos dias de hoje os monges e monjas são marcados pelo Amor de Cristo
tornando-se para o mundo senhores e senhoras de Deus.
Pe. Estêvão Maria da Divina Misericórdia, FGMC
Superior do Mosteiro da Divina Misericórdia
Lucélia, 01 de Agosto de 2014
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